sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Energia produzida a partir do esgoto

Felipe Lobo



Marcio Schittini e Luiz Felipe Pereira ainda são jovens, na casa dos trinta anos, mas já podem mudar o futuro. Sócios na empresa Acesa, os dois tocam um amplo projeto piloto que a Coppe, centro de pesquisas da Universidade Federal do Rio de Janeiro(UFRJ) implantou na Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Alegria, no Bairro do Caju (RJ), zona norte da capital. A idéia é transformar esgoto urbano em energia. Caso o modelo dê certo, será exemplo para a instalação de redes de saneamento básico em todas as cidades do país, já que seu custo de operação passará a ser praticamente zero: a energia gerada pelos resíduos é usada no próprio funcionamento da usina.


Formado em Economia e Negócios Internacionais nos Estados Unidos, Felipe trabalhou durante três anos na Avina daquele país. A entidade é uma das principais organizações não-governamentais do mundo a apoiar projetos de sustentabilidade ecológica. Ele foi responsável pela análise de riscos de praticamente todos os projetos mantidos pela ong na América Latina e ajudou a construir uma base de dados que se transformou no coração da entidade. Depois, passou um ano no Panamá, onde abriu um escritório da Avina. “Mas achei que estava na hora de levantar a vela do próprio barco, voltei para o Brasil e reencontrei o Schittini, que já estava trabalhando com eficiência energética”, diz.


Marcio, que também se graduou em Relações Internacionais e Economia nos Estados Unidos, fez uma pós-graduação em Marketing no Brasil e trabalhou na área comercial de algumas empresas do mercado de rádio e de telefonia. Foi quando o Protocolo de Kyoto ganhou fama, assim como o seu Mecanismo de Desenvolvimento Limpo, e Schittini se encantou pelo mundo oferecido no mercado de créditos de carbono.


Na última sexta (21), os sócios receberam a reportagem de O Eco no belo escritório que a Acesa mantém no centro do Rio de Janeiro, com vista para a Baía de Guanabara. Em pauta, o projeto de reaproveitamento do biogás produzido na ETE-Alegria a partir de lodo de esgotos. Por enquanto, o gás é queimado e seus resíduos acabam no ar que se respira. E, se hoje o lodo é descarregado na mesma baía que emoldurou a entrevista, pode virar eletricidade ou combustível até o fim de 2009.


Posted by: Caio Marcelo

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