quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

China volta a importar carne de frango brasileira, diz Ministro da Agricultura

    BRASÍLIA - Depois de uma demora de dois anos, a China finalmente autorizou a retomada de importações diretas de carne de frango "in natura" do Brasil, e está concluindo a compra de suínos, até agora realizada por empresas chinesas via Hong Kong. De acordo com o Ministério da Agricultura, as negociações sobre a exportação imediata de frango brasileiro foram fechadas esta semana em Pequim.

    Os chineses comprarão de 24 abatedouros localizados em oito estados brasileiros: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Mato Grosso Sul, Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais. Essas plantas foram escolhidas em 2006, mas a China iniciou as compras de apenas duas, suspendendo em seguida sob alegações burocráticas.

    Para o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, a retomada do comércio "é significativa para o país, devido à capacidade de consumo do mercado chinês". O país asiático é um dos maiores consumidores de commodities brasileiras, lembrou o ministro, em nota divulgada por sua assessoria.

    Enquanto a importação chinesa de frango deve ser retomada a partir de agora, a carne suína ainda depende de conclusão de trâmites burocráticos das informações colhidas por missão do país em outubro, quando o serviço brasileiro de inspeção de suínos foi avaliado, informou o Ministério da Agricultura.

Fonte: Valor Online

Posted by: Angeline Lima

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Siemens prevê alta de 12% na receita do ano fiscal de 2009 no Brasil

SÃO PAULO - A despeito da crise financeira internacional, a filial brasileira da Siemens espera aumentar seu faturamento em 12% no ano fiscal de 2009, que começou em 1º de outubro último. O ritmo é quatro vezes maior do que o projetado pela empresa para o Produto Interno Bruto (PIB) nacional no próximo ano. Apostando na manutenção dos investimentos em infra-estrutura, especialmente em projetos no setor energético, a Siemens vai investir entre R$ 120 milhões e R$ 130 milhões no exercício fiscal atual, em linha com o que fez nos 12 meses anteriores.

No ano fiscal que acabou em 30 de setembro, o avanço dos investimentos em infra-estrutura e o real valorizado favoreceram os resultados da Siemens no Brasil. No período, a empresa registrou faturamento de R$ 4,6 bilhões, um crescimento de 33% em relação ao exercício fiscal antecedente. O resultado colocou a filial brasileira do grupo com o melhor desempenho entre os Brics. No ano fiscal 2008, o faturamento da empresa na Rússia avançou 25%, contra 18% da China e 12% da Índia. O presidente da Siemens no Brasil, Adilson Primo, lembrou que a reestruturação implementada neste ano pela companhia, que enxugou as operações e se focou nos setores de energia, indústria e equipamentos médicos, também ajudou no resultado.

Nos dois primeiros segmentos - energia e indústria -, o desempenho foi puxado pelo salto importante nos investimentos públicos em infra-estrutura, principalmente em energia e transportes. Também tiveram destaque os aportes privados em siderurgia e mineração.

Já no mercado de saúde, foram os investimentos privados que garantiram o crescimento. "Muitas clínicas aproveitaram o dólar barato para comprar equipamentos", explicou Primo.

Fonte: UOL-Economia

Posted by: Angeline Lima

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

PIB do Brasil pode crescer só 0,5% em 2009 em cenário pessimista, diz ONU

A economia brasileira pode crescer somente 0,5% no próximo ano em um cenário pessimista para a economia mundial, segundo aponta um relatório da Organização das Nações Unidas divulgado nesta segunda-feira (1) em Doha, no Catar.
Num cenário otimista, o crescimento brasileiro seria de 3% em 2009, segundo o relatório. Na semana passada, o ministro da Fazendo, Guido Mantega, reviu a previsão de crescimento da economia brasileira para o ano que vem de 6% para 4%.
A ONU adverte que a economia mundial pode enfrentar sua pior queda desde a Grande Depressão dos anos 1930, com uma contração de 0,4% no PIB mundial em 2009 dentro do cenário mais pessimista.
A previsão da ONU para o cenário pessimista contrasta com a do Fundo Monetário Internacional, que ainda prevê um crescimento global no próximo ano, apesar de uma contração prevista nas principais economias desenvolvidas.
O cenário pessimista traçado pela ONU prevê a manutenção da turbulência nos mercados financeiros mundiais e um declínio ainda maior na concessão de empréstimos nos países desenvolvidos, além de uma crise de confiança prolongada na economia global.
As previsões do relatório também se baseiam em dois outros cenários. No cenário básico, os mercados financeiros voltem à normalidade em um prazo de até nove meses e os países desenvolvidos anunciem novos pacotes de estímulo à economia.
No cenário otimista, além das condições descritas no cenário básico haveria também uma coordenação na aplicação de pacotes de estímulo econômico de entre 1,5% e 2% do PIB e novos cortes de taxas de juros.


Fonte: G1
Posted by: Diego Vieira

Soldado robô seria mais ético que humanos, diz cientista

Cornelia Dean

No calor da batalha, movidos pela ira, medo ou instinto de vingança, até mesmo os soldados mais treinados podem se comportar de maneira que violem as convenções de Genebra ou as regras de combate adotadas pelo seu exército. Agora, pesquisadores estão sugerindo a possibilidade de que robôs se sairiam melhor nesse tipo de situação."Minha hipótese de pesquisa é a de que robôs inteligentes se comportariam de maneira mais ética que seres humanos, em um campo de batalha", disse Ronald Arkin, cientista da computação no Instituto de Tecnologia da Geórgia, que está criando software para robôs de combate sob contrato do exército. "É esse meu argumento".
» Robô é dispensado do exército por "mau comportamento" » Robôs atuam em guerras no Afeganistão e no Iraque» Exército dos EUA gasta US$ 286 mi com 3 mil robôs» Robôs matadores anunciam a guerra do futuro» Fórum: opine sobre o uso militar de robôs
Aviões sem piloto, detectores de minas robotizados e veículos de controle remoto para reconhecimento em campos de batalha estão em uso cotidiano nas forças armadas dos Estados Unidos, mas todos são controlados por seres humanos. Muitos dos aviões sem piloto usados no Iraque e Afeganistão são controlados de um centro de comando em Nevada. Já Arkin fala sobre verdadeiros robôs, operando de maneira autônoma, sem controle humano direto.
Ele e outros especialistas afirmam que a tecnologia necessária a produzir robôs letais custa pouco e está proliferando, e que o advento de robôs de combate é apenas questão de tempo. Isso significa, dizem, que chegou a hora de as pessoas começarem a discutir se essa tecnologia é algo que desejam ver em uso. "O mais importante é que não fechemos os olhos à questão", disse Arkin.
Noel Sharkey, cientista da computação da Universidade de Sheffield, no Reino Unido, em artigo publicado no ano passado pelo "Innovative Technology for Computer Professionals", afirmou que "não estamos falando de ficção científica à maneira de 'Exterminados do Futuro', mas de uma séria realidade". Ele afirmou que Coréia do Sul e Israel estão entre os países que já vêm empregando robôs armados como guardas de fronteira. Em entrevista, ele disse que está acontecendo "uma corrida feroz" para desenvolver robôs de combate que decidirão por si mesmos quando atacar.
"Não queremos chegar ao ponto em que essa é uma discussão que deveria ter sido realizada 20 anos atrás", disse Collin Allen, professor de filosofia na Universidade de Indiana e autor de um livro sobre a moralidade na robótica. Randy Zachery, diretor de ciências da informação no Serviço de Pesquisa do Exército, que financia o trabalho de Arkin, afirma que a esperança do exército é que a "ciência básica" demonstre de que maneira os seres humanos podem usar e interagir com sistemas autônomos, e de que maneira o software poderia ser desenvolvido a fim de "permitir que sistemas autônomos operem nos limites impostos aos combatentes".
"O projeto não tem em mente um produto ou aplicativo específico", disse Zachery, que é engenheiro elétrico. "O objetivo é basicamente responder perguntas que possam estimular novas pesquisas ou esclarecer coisas sobre as quais não estávamos informados anteriormente". E o tenente-coronel Martin Downie, porta-voz do exército, afirmou que, não importa o que o programa venha a desenvolver, "em última análise cabe ao comandante-em-chefe decidir o uso, e ele responde ao povo dos Estados Unidos, como todos nós".
Em relatório preparado para o exército no ano passado, Arkin descreveu alguns dos possíveis benefícios de robôs de combate autônomos. Para começar, eles podem ser projetados para não ter um instinto de autopreservação, o que eliminaria o impulso de reagir violentamente sob estímulo do medo. Eles também podem ser construídos de forma a não apresentarem ira ou irresponsabilidade, escreveu Arkin, e podem ser criados de forma que os torne invulneráveis ao "problema psicológico das expectativas determinantes", que torna mais fácil a um ser humano absorver informações novas quando estas concordam com suas idéias preexistentes sobre um dado assunto.
O trabalho de Arkin menciona uma pesquisa do serviço médico do exército, segundo a qual menos da metade dos militares que serviram no Iraque consideram que não-combatentes devam ser tratados com dignidade e respeito; 17% deles acreditam também que todos os civis devam ser tratados como insurgentes. Mais de um terço dos entrevistados disseram considerar tortura como aceitável, e menos de metade denunciaria um colega por violações éticas em combate.
Soldados zangados, estressados, ansiosos ou pesarosos pela perda de colegas, e aqueles que tiveram de lidar com os restos mortais de baixas de guerra, apresentam maior probabilidade de admitir maus tratos a civis não combatentes, de acordo com a pesquisa (que pode ser lida buscando por 1117mhatreport no site www.globalpolicy.org.) "Não estou afirmando que um sistema não humano será 100% ético no campo de batalha", escreveu Arkin em seu relatório, "mas estou convencido de que eles podem funcionar de modo mais ético do que soldados humanos".
Para Arkin, há diversas maneiras de usar robôs como "assistentes de combate", em situações nas quais não haja tempo para que o veículo robotizado envie dados para um posto de comando e espere instruções humanas.
Mas primeiro eles teriam de ser programados com regras sobre quando seria aceitável disparar contra um tanque, e sobre outras tarefas complexas e emocionalmente desgastantes, tais como distinguir civis, inimigos feridos ou soldados que estão tentando se render de forças inimigas que ainda estão em combate, e sobre que alvos seria admissível atacar.
Allen, de sua parte, diz que tornar os robôs "sensíveis a considerações morais complicará ainda mais a tarefa, já desafiadora, de construir sistemas seguros, eficientes e confiáveis", do ponto de vista da engenharia. Mas ele acrescentou em entrevista: "Será que é possível construir sistemas que prestem atenção às questões éticas relevantes? Sim".
Tradução: Paulo Migliacci ME
The New York Times

Posted by: Caio Marcelo